terça-feira, 7 de junho de 2011

Trabalhadores da educação continuam em greve e se reúnem com Silval Barbosa na quarta-feira


O Sintep/MT classificou como vergonhosa a última proposta do governo do Estado

O primeiro dia da greve dos trabalhadores da educação foi marcado pela realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), durante a tarde de hoje (06). Diante da rejeição da nova proposta de reajuste salarial pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), foi marcada nova audiência, dessa vez com o governador Silval Barbosa, na próxima quarta-feira (08), às 8 horas.
O deputado Ezequiel Fonseca (PP), presidiu a audiência, que contou com a participação do presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira e do secretário de Comunicação do sindicato, Julio Cesar Martins Viana; da secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida e do secretário de Estado de Planejamento, José Gonçalves Botelho. Também estavam presentes os deputados Luiz Marinho (PTB); José Riva (PP); e Luizinho Magalhães (PP).
A audiência teve como principal objetivo debater as perdas de recursos para a educação. A secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes, afirmou que a educação em Mato Grosso nunca foi para todos e que nunca conseguiram financiar uma educação de qualidade para a população. Segundo ela, "a proposta que enviamos ao Sintep/MT, na semana passada, foi elaborada de acordo com a arrecadação de impostos do Estado. Os dados apresentados pelo Sintep/MT são valiosos para vermos o que acontece em Mato Grosso, mas estamos planejando o ano de 2012, assim como planejamos o de 2011".
A proposta citada pela secretária Rosa Neide diz respeito a uma das reivindicações do Sintep/MT, que é a implantação imediata do piso salarial de R$1312,00. Na última sexta-feira (03), o governo do Estado enviou nova proposta ao sindicato que prevê o piso salarial de R$1312,00 para os professores que possuem nível médio. Os demais trabalhadores começariam a receber o piso somente a partir de dezembro de 2011. A proposta foi rejeitada pelo sindicato, pois "não atende às nossas reivindicações. É um desrespeito com a classe dos trabalhadores da educação dividir a categoria dessa maneira. Com essa proposta, somente 94 professores e 800 trabalhadores seriam beneficiados", esclareceu o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares.

A aplicação do piso salarial de R$ 1.312,00 reivindicado pelos trabalhadores da educação não está fora da realidade financeira de Mato Grosso. Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. A análise está baseada no estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e que não foi contestado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Segundo o Sintep/MT, as dificuldades financeiras que dizem estar passando a maioria dos gestores municipais em pagar o piso salarial nacional aos educadores são decorrentes, invariavelmente, da falta planejamento de arrecadação de impostos próprios, da ausência de planejamento no atendimento da demanda própria e da não aplicação correta dos recursos constitucionais em educação. O presidente do Sintep/MT afirma que "os empresários estão acostumados a ter grandes isenções fiscais. O governo não deve sacrificar as políticas públicas para isentar o setor primário. A única forma de combater o caos que está instalado na rede pública de educação é dando melhores condições de vida aos trabalhadores, investindo em estrutura e qualificação profissional".
Gilmar Soares afirma que a greve continuará até que o piso salarial de R$1312,00 seja implantado para todos os trabalhadores da educação; as horas atividades para professores contratados sejam pagas; os professores concursados tomem posse imediata e haja avanço na lista dos classificados nos concursos. Segundo o sindicalista, "reconhecemos os esforços da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas vivemos em um paradoxo. De um lado, a demanda por educação aumenta todos os dias, o que implica a melhoria da qualidade do ensino público. De outro lado, diversos recursos são tirados da educação, o que faz com que essa demanda nunca seja atendida".
O Sintep/MT avalia com bons olhos a audiência, já que houve grande participação dos trabalhadores da educação da Capital e do interior do Estado. "Vamos torcer para que a partir de quarta-feira tenhamos uma boa proposta do governo para avaliar. Vocês precisam voltar para seus municípios e agregar mais pessoas e trabalhadores à nossa causa. Desse modo, teremos 100% das escolas em greve até o dia 08 de junho, dia de audiência com o governador", disse o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares.
Apoio do interior - A professora efetiva da rede estadual da cidade de Santo Antônio do Leverger, Rosinayre Pedroso de Lima, acredita que audiências e atos públicos são de extrema importância para a luta dos trabalhadores da educação. "Nós, da educação, não possuímos valor nenhum. Nosso salário é mais baixo que de muitas categorias, sendo que o nosso trabalho é de extrema importância para a comunidade. A educação sempre fica em segundo plano, greve já!", conclamou a professora.

Fonte: Pau e Prosa Comunicação SINTEP

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